quinta-feira, 19 de novembro de 2009

uhuul sopranos

A adoração por “bons companheiros” e “poderoso chefão”, abre a série que ainda não mostra tudo que sei que tem. Preocupa-se com a familiarização, começas a sentir aquilo tudo dividido em partes, cada personagem teu seu espaço. Mistura-se Al Pacino, Scorsese, Coppola, Robert de Niro com Freud, Young e os behavioristas fazendo assim a melhor série de todos os tempos The Sopranos! Vendo tudo isso, percebo que metade de mim conhece muito bem a Itália e que na verdade meu desejo secreto e ser a chefe da máfia siciliana. Copolla e Scorsese se fizeram presentes com suas técnicas que ficaram evidentes na grande criação de David Chase, mas não exageradamente.O grande choque acontece quando, a mama não sai da porta oferecendo comida e mais comida, na verdade “Ma” nem tem essa intenção prefere ser arrogante e mesquinha, veio da Itália, mas prefere não estar ao redor da máfia e sim se inserir de maneira sutil e perversa. Continuamos a construir uma ligação com aquela família que na verdade não é “a” família e sim “as”. Tony Soprano divide-se entre esposa e os filhos onde se mostra antiquado e moralista seguindo as normas daquela sociedade masculina italiana, e em sua segunda família é um líder avançado e eficiente, vanguardista eu diria, não respeitando a risca as regras do seu, nosso, godfather Don Corleone. A Itália aparece com algum prêmio valioso, onde se consegue todas as forças, de onde a espada poderosa da máfia se deposita e só os abençoados podem ir ver. Mais do que apenas uma mise-en-scene, depois de 54 minutos convivendo com tudo isso é como se não soubesse como é viver aqui, no mundo real, agora estou andando por New Jersey... Nós nos pegamos torcendo por um chefe da máfia, assassino, psicopata. Percebemos que não é sobre isso que se trata a série, consegue-se fazer o que Hitchcock e Patrícia Higsmith faziam à humanização do vilão a transformação gradativa em herói, tratando assim de homem no coletivo, se comparando assim com Shakespeare. Torna-se mais do que apenas uma série de máfia, se torna a captação da essência da família americana com uma sutileza inescrupulosa, que me faz vibrar! A coragem de gritar tudo sem nenhum pudor e acima de tudo muito bem feito. O que consigo sentir na série e pensar sobre ela continua nas minhas entranhas pra todo sempre e a única sugestão é: VEJAM!