domingo, 8 de fevereiro de 2009

Bonito! É o que consegue sair dos meus pensamentos depois de ver a expiração do Woody Allen e de qualquer um que queira fazer um humor um tanto quanto inteligente e acima de tudo apaixonado. Uma aula de amor ao cinema e a como fazer, que encontramos em um italiano nato, com suas pieguices e concomitantemente, mesmo parecendo estranho, novo e ultra vanguardista, Ettore Scola faz a homenagem bonita, sentida e engraçada... Um filme que eu deveria ver pra vida toda e mais um pouco, para sentirmos o quanto vamos deixar de nos amar qualquer dia desses da vida, “nós que nos amávamos tanto”, vamos falar ao deitar e lembrar-nos-emos da paixão. Nessa minha semana de reformas além de gritar em italiano, vi o Bukowisk misturado com Rubem Fonseca e um tanto quanto de irmãos Coen e tudo com um noir despretensioso. Mutarelli! Aquele grande homem que não precisou de nem um fink e nos narrou do jeitinho que Ionesco o ensinou, mostrou o seu Jesus do auge de sua inteligência e sua paixão, Jesus criança, Jesus kid! Soltou-me uma baforada de canabis na cara e me fez entrar em outro universo que eu não conhecia e que ele ainda não tinha aberto as portas, foi o velho safado, o velho niilista de sempre, mas teve um grito de futilidade e de simplicidade que ficou escondido, como a roupa do rei, e me mostrou quando pensava que dele só podia enxergar trevas. Sei que preciso ler Camus (sem pronuncias) e me maravilhar com a sua narrativa e com seu teor filosófico que fica bem anunciado, sei que estou em outra pessoa enquanto leio “a morte feliz” de Camus , quando vivo o que Mersault me narra. O que Glauber me mostra o seu grande santo guerreiro, e sei que essa sua magnífica estrutura, sua seriedade lúdica critica e nova... Sua grandeza e seu nouvelle me fazem enriquecer. Mas depois de toda essa cachoeira, preciso do Jesus, Jesus kid me salva das garras da confusão e da seriedade e me mostra a sutileza do Mutarelli sua simplicidade que me impressiona. Tudo isso me faz entrar em túnel colorido onde toca “o mistério do planeta” com os seus novos baianos interpretes, onde consigo enxergar minha viagem lisérgica e começo a dançar, a menina dança, a menina dança cantando italiano, e tudo isso me leva para um quarto e olhando para as onde existem frases de biscoitinhos da sorte que dizem: “Besta é tu, besta é tu, de não viver nesse mundo, se não há outro mundo, porque não viver, e pra ter outro mundo é necessário viver!”

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