sábado, 31 de janeiro de 2009

Vamos para o forum social mundial?

Vamos mudar o mundo! Vamos mudar o sistema opressor. Vamos ir contra preconceitos, xenofobismo, lideranças, poder. Vamos viver em mundo mais justo, mais seguro, mais limpo. Vamos deixar o “verde”. Vamos gritar por isso e quando todo mundo tiver acreditando, acordamos na nossa bacia de ilusões... O verde vai aparecer enrolado em um papel e depois de colocá-lo em algum lugar, vamos pensar que podemos que conseguimos só falar, que temos a senha. ABRACADABRA! Tudo sumiu, estamos em uma poça de lama, com mosquitos nos ouvidos, pensando que fracassamos, somos a desgraça do planeta, vamos pensar... “Minha mãe eu vou prá lua e seja o que deus quiser!”. João saiu correndo, ele quis buscar aquilo no fim de tudo, quis acreditar, João se enganou, João é um substantivo, João só vai ser sujeito quando dentro acontecer explosões, quando ele quiser mesmo fazer, quando quiser ser alguém por alguma coisa, alguém com limitações, alguém que saiba delas, que as entenda que chora, que suja, mas que entende os defeitos, matando-os, com a velocidade que conseguir, mas matando-os, com a faca que quiser, desfiando-os a pele, ou com vários tiros de uma espingarda do Texas, enforcados, sem ar... Mas matando-os. Pra que discutir amor e dor? Pra que comprovar? Mostre-me, conta-me, grita-me o que achas, em peça, em vídeo, em cinema, mostra pra mim! VAI JOÃO! Sei que não precisas, sei que vais saber o que já sabes seu caso não é de ver pra crer, ta na cara! Vamos continuar vendados? Vamos continuar não olhando para o que podemos fazer, o que podemos mudar, sem gritar, sem grandes mobilizações, que são válidas, por que precisamos, mas não funcionam se não tiver nada de muito útil para ser exibido, pode ser inteligente, ter concordância, mas na maioria não tem o que é necessário ter... Temos que nos ter, pensar em como agir, em como fazer, esse fazer por fazer, deixa um enjôo. Estar em um ritmo certo, temos que saber como Mozart, e só iremos se pararmos de gritar pra tudo, iniciaremos uma busca em uma caverna que tem a parede cheia de lama e o chão é assustador, parece que vai desabar a qualquer momento, vamos continuar andando porque lá dentro é frio precisamos sair, sentiremos fome, dor... E só sairemos de nós quando o chão tiver tijolos amarelos com árvores ao lado, com nuvinhas no céu, quando ouvirmos a valsa Vienense, e então só ai vamos continuar procurando o mágico, para desta vez encontrar cérebros para todos os amigos que estão andando conosco.

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