domingo, 15 de março de 2009

oh darling plese belive me

Jonh Ford! Não se engane (na verdade nem sei se isso é realmente possível) não é Foucault, nem Kant, muito menos deveríamos tocar em qualquer coisa envolvendo estruturalismo ou questões antropológicas. Sim isso é válido, sim isso é possível, conseguir ler uma obra em qualquer perspectiva não é nada que nunca ninguém tenha feito e o cinema ao meu ver incluindo-se como arte,claro,pode ser discutido “lologicamente”. Mas, para falar de John Ford e não gritar à linguagem cinematográfica,e não senti pictoricamente o que nenhuma lauda extensa vai poder passar e inimaginavel. Acho que nem vou conseguir passar o que senti, a imagem, “monument valley”, John Wayne sendo focado por um zoom inexplicável, em uma diligencia ou entrando por uma porta onde a iluminação mostra que ele está na verdade entrando em um portal ou algo parecido. Não me importa naquele momento o quão foi difícil para ele fazer os travellings históricos ou como usou os cavalos na cena ou como os atores foram treinados... É como se estivesses no Texas sentado com a calça jeans mais apertada ouvindo tudo, ouvindo o Genesis, ouvindo John Wayne narrar sua saga, sua badtrip, e sabendo que mesmo que não saiba qual é a teoria e nem saiba distinguir tipos sociais, sente o que é necessário sentir, o que é necessário mostrar de toda a narrativa, entender nossas cápsulas sócias sem frescura,com areia, fumando um Malborro ouvindo bem ao fundo um western falando de amor. Quem são os novos, são John Ford do futuro e isso o torna a prova de qualquer conclusão enfadonha que diria que seu trabalho e chato, antigo e pedante... Então lembro daquilo que um dia uma ultrapopband escreveu: “...but all this friends and lovers.Theres is no one compares with you and these memories lose the meaning. When i think of Love as something new...”. Me sinto no meio disso tudo, como se eu a qualquer momento pudesse pegar um riflle e matar todos os índios que me infernizam sem me importar que é o mocinho ou o bandido, este incrível senhor me ensinou a completa falta de maniqueísmo, como pode existir um racismo onde até o próprio pele branca mata familiares por honra, idiossincrasias que não vejo e nem sinto que John Ford procura ou quer tratar mas, acaba tratando. Wayne me mostrou na tela do cinema, como fez com Jesse custer, a minha própria maneira de eliminar os comanches que me tiraram algumas vontades e certezas, me fez entender o aspecto sociológico e filosófico de tudo sendo simples, simples como o pregador e então começar a ensiná-los a dançar comigo sem importunações de ambos os lados... Sim! Agora queria estar em “monument valley”, com uma revista em quadrinhos, percebendo que no momento John se tornou meu amigo imaginário assim como o Wayne do excelentíssimo reverendo.

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