segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Essa papo já tá qualquer coisa...

Ontem com sentimento de desconforto, utilizei de coisas para desanuviar e ficar com minha consciência um pouco diferente do normal... Senti necessidade de futilidades e toda feliz tomando banho, ainda pensando naquela música, fui achando uma saída. Vou ler aquela revista qualquer dessas que chega aqui em casa em domingos quentes as quais nunca me interessaram muito... Deitei na cama cantando com minha mãe uma canção que dizia:... “Virá que eu vi...” e fui me deitando no ritmo estranho que ela entra em mim, era como se eu tivesse em outra dimensão, uma viagem que envolvia putas e anões que se misturavam numa dança meio tântrica. Pensei que estava em um feudo medieval. Conhecia um jogador de basquete, meio fora de moda que tinha diminuído de tamanho de maneira impressionante e que não conseguia alcançar a prateleira de pratos... Ele dançava ska engraçado e tinha medo de aranhas e de escuro, era meio chocolate e sua casa era de palha como naquele joguinho de computador, cortava lenha e fazia poesias abstratas e pós- contemporâneas. Naquele feudo, também, de dentro da minha cabeça existia uma mulher que cantava como a Nina Simone e dançava como uma dama européia vinda da monarquia absolutista, uma divina dama francesa, suja com roupas rasgadas e que tocava flauta doce pra se distrair. Ela tinha uma canoinha onde levava amigos passando de vala em vala tocando tudo pra todos, tinha um senso de humor fantástico, conseguia enganar até o gato da Alice com suas peripécias, mas ela era a paixão, ela permanecia na cabeça do anão como se fosse chiclete. Aparecia nos seus sonhos como se fosse uma gata jazzista que estava sentada,com um vestido cortado na perna, em um piano, cantado:” I say hell. Man, woman were created; Hell!To live for eternity;Hell! With an apple they ate from the tree of hate;So you know darn well;That they went to hell…”. Ela sabia, cantava na frente de sua casa, porque ele dava as melhores gorjetas, mas não se empenhava em sentir o mesmo, zombava... Pensava que ele nunca conseguiria a satisfazer e também existia tanto negocio e tanto negociante que ela não deveria perder tempo com um reles anão jogador de basquete. Ela preferia capoeira, ela não queria se acomodar queria ir pra lua, queria fuder na linha do equador queria ser vassala, queria fazer cantigas trovadorescas, queria vir para o futuro, e na minha mente eles dois pulsavam... Então comecei a ler a revista dita no começo desse infortúnio texto, e tinha um monte de besteiras:” Compre sapatos blábláblá”;”Cartão tal com benefícios tal...”;”Você quer emagrecer, então... “AAAAAAAAAAAAAAAAAA. Voltei de novo a minha mente e comecei a ouvir um “quaaaa quaaa quaaa” aqueles efeitos de música, tipo um pato... E as coisas foram voltando de novo de dentro de uma nuvem escura e de repente eles estavam dançando na praça principal da aldeia medieval da minha cabeça. Eles dançavam um musica calminha, meio de ninar e ela dizia:” Vamos morrer.”; ele dizia:”Que bom.”. E repetiam, repetiam, repetiam... As coisas na minha cabeça começaram a girar a girar a girar, me segurei na primeira arvore que encontrei, aquela arvore que tinha galhos saindo da minha cabeça e de cima dela como escorregabunda cai bem em cima daquilo tudo de novo. Eles me puxaram pra roda, dançamos a noite toda e dormi sonhando com o anão e a puta, sonhando com um ménage em uma praia, consegui entender tudo depois da primeira xícara de café e então senti saudades...

Um comentário:

  1. Nossa! Escreves muito bem, moça! Parabens! Só não digo que te acompanhei na viagem porque nas viagem livrescas ninguem acompanha ninguem; cada um faz a sua, ainda que seja no mesmo trem... (não liga pra essas minhas tentativas de filosofar; não é culpa minha; é doença, acontece involuntariamente...)

    Mas, enfim! Parabens! Show de bola!

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