domingo, 11 de janeiro de 2009

A forma mais bonita de se ver

Depois de ler a primeira edição de lost girls, percebo que na minha,ainda, curta experiência “Allan morrenesca” já posso entender o quanto ele não tem medo de mudar, de falar, de realmente fazer o que quer. Comecei embasbacada com o chute a repressão sexual adquirida desde os primórdios tempos da idade das trevas, esta explosão que me atinge como um tapa utilizando da pintura expressionista que contrasta com o desenho de formas clássicas. Este classicismo interage com os temas ditos “bestiais”, hereges, mundanos. Tudo me faz ver que pode existir a quebra, existindo a aceitação, que soa muito romântica, de dogmas que acredito que são a merda da mente. As verdadeiras fábulas do mundo, o sexo visto da maneira que é, e não da maneira estranha que teimam em nos mostrar. É meio clichê dizer que estamos no século tal que agora as coisas mudaram. Não mudaram! E se não houver esses tapas, nunca vai... Uma ilusão até engraçada desses novos ditos “jovens”, sem me excluir. Fomos contaminados! Precisamos de um sábio guru, de uma bruxa engraçada, da Wendy, da Dorothy e da Alice para começar a nos mostrar a verdade, ou a verdade que precisamos ter. O jogo com espelhos que acontece no inicio, e com o pivô da situação, Alice, deixou claro pra mim a idéia de reflexão do cotidiano, do “a gente”, que só conseguimos ver através de um quadrinho tema adulto, que concordo e defendo ser indispensável. O final... A comprovação da falta de covardes pudores, uma cena de sexo em meio a uma platéia de nobres, que mostram a desaprovação e com isso vem à tona a critica, a vontade de fazer, mostrar, priorizar esta explosão que me deixou eufórica, que faz acontecer à excitação não só pelo sexo puro, e sim por tudo que ele representa lá, e por tudo que sei que ainda não consigo compreender, mas que já foi escancarado e agora e só esperar... Posso, para finalizar, resumir como a sinfonia de Tchaikovsky, a que mais me encanta. Um tom romântico que lembram filmes do Visconti e depois uma quebra como um susto, e o que dá mais prazer e essa coexistência, meu libido existe nessa coexistência e é assim a forma mais bonita de se ver.

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